06/05/10

anarquia

Será hoje aprovado no Parlamento da Grécia o pacote de medidas de austeridade imposto pela UE e o FMI. Espera-se a aprovação do diploma porque o partido socialista no governo possui maioria absoluta. Entretanto, os sindicatos convocaram novas manifestações para hoje, depois das de ontem terem produzido três mortos. O Presidente grego afirma que o país está à beira do abismo e outros observadores perguntam-se se um país como a Grécia se pode auto-destruir.
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Aquilo que vai acontecer na Grécia nos próximos meses é um estado geral de anarquia. O Governo nunca irá conseguir impôr as medidas que hoje se prepara para aprovar, e acabará por caír, embora sendo maioritário. A partir de então o país torna-se ingovernável. Este período de caos pode durar até dois anos. As forças armadas acabarão por intervir e impôr um governo autoritário, esse sim, que irá resolver os problemas do país.
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Existe uma forte probabilidade de o mesmo cenário se estender a Portugal.

3 comentários:

  1. Caro Pedro Arroja,

    A não ser que tenha uma bola de cristal, acho as suas previsões um pouco arrojadas (o trocadilho impunha-se).

    Se tivesse de opinar, acredito que o mais previsível será um acalmar das manifestações - note-se que estas tiveram, ontem, 20.000 pessoas, o que me parece relativamente pouco comparado com os 100.000 professores que se manifestaram em Portugal - e deduzir que estas manifestações não são generalizadas, pois grande parte da população, embora contrariada e em estado anémico, entende as medidas que necessitam ser tomadas...

    A estratégia "crawling peg" aqui defendida foi implementada durante anos a fio na última parte do século XX. Pergunto-lhe se acha que deu realmente resultado. Adicionalmente, acredita mesmo que os níveis de risco se iriam manter não tendo como moeda o euro? Não se esqueça que nos teríamos de financiar em euros ou dólares. Teríamos dois efeitos, um via depreciação cambial e o outro via aumento do risco apercebido pelos credores. E, compreenda-se, demorará uma eternidade até Portugal ter superávit orçamental sem uma profunda reformulação do denominado "welfare state", premissa que, entendo eu, lhe serve de base para justificar os juros mais altos da dívida pública nestes próximos anos, caso saíssemos do euro.

    Cumprimentos,

    T. Freitas

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  2. E em poucos dias os exércitos da UE marchariam sobre Atenas para restaurar a democracia. Limpinho.

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  3. Professor, especulo que o mercado vai encostar à parede os marias vão com a outra Protugueses, precisamente na semana da visita de Pedro a Portugal.

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