15/03/10

Modelos Sociais (xiii)

Visto de avião é assim. Mas se você descer lá abaixo...
No país socialista acredita-se que é possível mudar o mundo para melhor, que o mundo será melhor se todas as pessoas forem iguais, e que o Estado é a instituição apropriada para operar essa mudança. O primeiro passo para que um homem seja respeitável neste país é que seja um democrata. É aceitando a igualdade política na qual se funda o Estado democrático que um homem adquire, em primeiro lugar, o estatuto de pessoa decente e o de cidadão respeitável. Porém, isso não basta para se tornar um modelo social, aquele tipo de homem que todos desejariam imitar. Para isso, é necessário que ele participe activamente na construção do Estado democrático, que tenha algum poder - ainda que seja pequeno - para o influenciar na direcção desejada e de melhoria da sociedade. Esta é a figura do político democrata. O político democrata é o modelo social no país socialista.
O país liberal também acredita que é possível mudar o mundo para melhor, que o mundo será melhor se todas as pessoas forem livres de prosseguirem os seus próprios fins na vida sem qualquer subjugação à comunidade. A iniciativa individual é agora o motor da mudança e a instituição privilegiada é a empresa. O homem de negócios - o businessman - é a figura respeitável do país liberal, incluindo quando os negócios são praticados a nível individual (profissionais liberais). Naturalmente, o modelo social do país liberal, aquele que todos gostariam de imitar, é o grande homem de negócios, o grande empresário que, pela sua iniciativa conseguiu produzir algum produto novo, ou mais barato, que contribuiu para tornar mais feliz a vida de milhões de pessoas espalhadas pelo país e o mundo - e que, pelo caminho, se tornou milionário.
O país católico não acredita que o mundo possa ser melhorado pela acção individual ou colectiva do homem que leva o liberalismo e o socialismo a concentrarem-se no futuro e no abstracto. O futuro a Deus pertence, a única realidade concreta é o presente, o aqui e o agora. O homem chega ao mundo e aquilo que encontra é tudo, em última instância, dádiva de Deus, incluindo ele próprio. Compete, portanto, ao homem, em primeiro lugar, cuidar de si próprio, e daqueles que Deus pôs à sua guarda - a começar pela sua família. Tudo o resto é secundário. Se ele conseguir educar bem os seus filhos, de forma a torná-los pessoas decentes, essa é a mais importante contribuição que ele pode dar ao mundo. É uma contribuição pequena, mas é a única que está garantidamente ao seu alcance. As outras não, dependem de Deus. O pai de família é o modelo social do catolicismo.

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