26/03/10

A condição das mulheres (xxiii)

No país socialista as mulheres são tanto quanto possível iguais aos homens. Este é, portanto, o país onde os homens menos precisam das mulheres. Portanto é o país que pior trata as mulheres. A beleza e a sensualidade femininas não são valorizadas. Este é o país onde ninguém precisa de ninguém e todos precisam do Estado. O sexo acaba sendo a única razão para os homens precisarem das mulheres, e mesmo aí a necessidade é moderada porque este país não valoriza a heterossexualidade. Não existe diferença entre os papeis do homem e da mulher na sociedade. Na vida profissional, as mulheres ascendem normalmente às mesmas posições dos homens, normalmente através de empregos no Estado, onde as promoções são feitas por antiguidade ou legisladas por quotas. Não sendo a família favorecida neste país, as mulheres tendem a educar sozinhas os filhos que resultam sobretudo de relações ocasionais. A filosofia de educação prevalecente é baseada na igualdade, segundo a qual a mãe (e o pai, quando está presente), trata os filhos como se fossem seus iguais.

No país liberal a diferença é apreciada e as mulheres tendem a distinguir-se claramente dos homens nas suas expressões exteriores e interiores. As mulheres são vistas pelos homens como parceiras de negócios, e a sua relação é uma troca permanente. A beleza e a sensualidade femininas são valorizadas por vezes ao exagero e como estratégias comerciais. Este é o país por excelência dos cosméticos, das curas de emagrecimento, das operações plásticas e das mulheres que pretendem ser eternamente jovens. Uma mulher de idade dificilmente se vende e, não se vendendo, não tem quem cuide ela. Neste país, a vida profissional é feita em concorrência. Este é o país que mais claramente diferencia as profissões naturalmente destinadas aos homens daquelas que estão naturalmente adaptadas às mulheres. As relações de família existem embora o divórcio seja frequente. A mãe educa os filhos segundo a filosofia de troca prevalecente na sociedade ("Deixo-te fazer isto se tu fizeres aquilo") e de modo a torná-los independentes o mais rapidamente possível.

O país católico valoriza a diferença e a complementaridade. É o país onde os homens mais precisam das mulheres e onde mais as apreciam. A beleza e a sensualidade femininas são valorizadas, desde que não sejam artificiais, dando a sensação que a mulher se vende no mercado. Existe uma grande diferença entre os papeis do homem e da mulher na sociedade, que se exibe logo na família, a mais importante instituição do país católico. A mulher ganha estatuto pela maternidade, a qual ocorre normalmente dentro do casamento. Existe uma certa distinção entre profissões feminina e profissões masculina, embora a maior parte delas sejam desempenhadas por homens e mulheres. oA mulher é o centro da família, assegurando a sua unidade e o seu equilíbrio. É ela que governa a família e a educação dos filhos pertence-lhe, em primeiro lugar, a ela. Esta função confere-lhe um ascendente permanente sobre os homens, cuja autoridade mais próxima eles vêem sempre como sendo uma figura feminina - a da mãe. A figura da "patroa" é uma figura distintamente católica.

1 comentário:

  1. Dear Pedro Arroja,

    I look forward to the possibility of following your novel ideas in this more familiar and 'aconchegante' webspace.

    Moreover, I hereby take the liberty to remind you of my request: if possible, could you make available the paper you will be presenting in Rome this weekend?

    Yours sincerely, in estrangeiro,
    Daniel Rodrigues

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