08/03/10

Empresários (iv)

Visto de avião é assim. Mas se você descer lá abaixo ...
É provável que um dia, cansado de ser empregado, você deseje tornar-se um empresário, e ser livre para prosseguir o seu próprio sonho e ser um homem independente.
No país socialista, vai ter muita dificuldade. Neste país, os principais sectores de actividade estão monopolizados pelo Estado, e nos outros é necessária uma licença do Estado, a qual não lhe será necessariamente concedida. Mas ainda que seja, não pense que vai ser livre de gerir a sua própria empresa como quer. Através de uma multiplicidade de prescrições, o Estado regulamenta ao detalhe como é que as empresas podem funcionar e as obrigações a que estão sujeitas. No final, o Estado leva em impostos metade do seu salário de gestor e dos seus lucros de empresário. Os empresários são vistos com desconfiança neste país. Este é o país que valoriza a igualdade e, portanto, a submissão. Ser empresário é querer ser independendente, abindo o caminho para a diferença. Se você quer ser empresário neste país, ai ter tudo contra si.
O país liberal é o país, por excelência, do empresário (businessman). Qualquer um pode constituír uma empresa e o céu é o limite. Este é o país dos empresários bilionários e das grandes empresas, às vezes multinacionais, e é aqui que reside a única dificuldade. Você tem toda a liberdade para abrir uma empresa, mas nos sectores mais lucrativos, vai-se defrontar com as grandes empresas estabelecidas, frequentemente organizadas em cartel ou protegidas pelo Estado, que o desencorajam e, no limite, o arruinam. Tenha um cuidado: se você falhar, vai ficar sozinho e arruinado, e ninguém lhe deita a mão.
O país católico é o reino das pequenas empresas familiares e concorrenciais. Basta uma pequena diferença em relação às empresas existentes no sector, que pode ser apenas o carácter, a simpatia ou a competência técnica do empresário, e é suficiente para você sobreviver, e até prosperar. Tem o apoio da sua família e os familiares e amigos serão frequentemente os seus primeiros clientes, e os clientes mais leais. Por isso, quando atingir o sucesso, vai ter de retribuír à comunidade aquilo que ela fez por si, partilhando os seus lucros com ela em obras comunitárias. Se falhar no seu projecto empresarial, alguém lhe dará a mão - um familiar, um amigo -, arranjando-lhe um emprego. Ao contrário do país liberal, este país não irá deixá-lo crescer excessivamente como empresário, mas, em caso de falhanço, também não o deixará sozinho e arruinado. Este país oferece um compromisso entre o país liberal, em que o businessman de sucesso é um herói, e o pais socialista onde o businessman tende a ser visto como um vilão.

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