20/03/10

A Família (xvi)

Visto de avião é assim. Mas se você descer lá abaixo...
O país socialista vê na nação a principal comunidade e no Estado a principal instituição. As pessoas são seguras de todos os riscos e necessidades da vida através de programas do Estado, os quais visam igualizar a condição material de todos os cidadãos - educação e saúde gratuitas, subsídios de desemprego e de pobreza, etc. O Estado cuida de cada um desde o berço até ao caixão. Neste país, ninguém precisa de ninguém e todos precisam do Estado. Por isso, a família torna-se uma instituição dispensável. O casamento é desencorajado e as relações entre homem e mulher tendem a ser fortuitas e ocasionais, no strings attached. Neste país as crianças tendem a nascer fora do casamento e a serem educadas apenas por um dos progenitores, normalmente a mãe, sem a presença do pai, menos ainda de uma família alargada.
O país liberal vê o casamento como um contrato como qualquer outro destinado a promover o interesse-próprio dos participantes. O casamento mantém-se enquanto durar o interesse das duas partes e desfaz-se logo que uma das partes deixe de ver nele benefício próprio. O país liberal é, por excelência, o país dos divórcios. Embora as crianças tendam a nascer dentro do casamento, existe uma forte probabilidade de acabarem como filhas de pais divorciados. O sentido individualista do país liberal não favorece a família alargada, pelo que o mais provável é que as crianças acabem a ser educadas por um só progenitor, normalmente a mãe, sem qualquer rede comunitária de protecção.
O país católico vê o casamento como uma aliança para a vida entre um homem e uma mulher, mediante a qual os esposos se comprometem a proteger-se mutuamente, e aos descendentes que resultarem dessa união. O casamento é ele próprio simbolizado por uma aliança. Este país encoraja o casamento e desencoraja o divórcio. A família é a principal comunidade do país católico, e a sua mais importante instituição. A principal função da família é uma função de protecção. As crianças tendem a nascer dentro do casamento, a serem educadas pelo pai e a mãe dentro da família nuclear, e a serem enquadradas numa ideia de família alargada (avós, tios, padrinhos, primos, etc.) que contribui para as educar e proteger.

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