08/03/10

Crises Económicas e Financeiras (i)

Visto de avião é assim. Mas se você descer lá abaixo ...
O país liberal está sujeito a crises económicas e financeiras. Basta que uma grande empresa abra falência para ela desencadear efeitos devastadores em todo o país e até no mundo. (A actual crise financeira foi desencadeada pela falência do banco americano de investimentos Lehman Brothers). Sectores inteiros de actividade podem ser arrastados (como o sector da banca de investimentos) e a crise propagar-se a todo o país e até a outros países (a Islândia, o país mais desenvolvido do mundo segundo a ONU, praticamente desapareceu do mapa económico em resultado da crise - os seus bancos privados eram maiores que o país).
No país socialista, as crises económicas e financeiras também são possíveis, e os seus efeitos são ainda mais abrangentes. Neles, as crises resultam não da falência de grandes empresas privadas, mas da insolvência dos Estados nacionais (como agora na Zona Euro está a acontecer com a Grécia e, em menor medida, com a Espanha e Portugal). No país socialista, o Estado é o maior empregador e a maior instituição económica, de tal modo que toda a actividade económica do país depende, directa ou indirectamente, do Estado. A insolvência do Estado corresponde ao colapso económico do país.
No país católico, pelo contrário, não há grandes instituições. A maioria são pequenas empresas familiares. O Estado é geralmente pequeno, porque é subsidiário, e mesmo as grandes empresas familiares só podem atingir uma dimensão moderada (para crescerem necessitariam de recorrer a capitais externos à família, perdendo-se o controlo familiar). Neste país, uma empresa familiar pode ir à falência, que não tem efeitos visíveis na sociedade. Pode até o Estado declarar-se insolvente que a economia continua a funcionar através da sua enorme teia de empresas familiares. Não há crise que destrua esta sociedade ou a leve ao colapso, porque ela é como um tecido feito de uma malha muito pequena e muito apertada de relações interpessoais e empresas familiares. Também existem crises económicas e financeiras no país católico, mas nunca são catastróficas.

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